Depois de ter sido cancelado pela Warner Bros. Discovery em meio a cortes financeiros em 2023, o aguardado longa “Coyote vs. Acme” está oficialmente de volta. O anúncio, feito durante o painel da San Diego Comic-Con 2025, surpreendeu o público e reacendeu o entusiasmo dos fãs da animação clássica. O filme agora tem estreia mundial marcada para 28 de agosto de 2026.
Misturando live-action e animação, o projeto traz os icônicos personagens dos Looney Tunes em uma aventura completamente nova — ambientada, desta vez, nos tribunais, com humor afiado, crítica social e participações de peso.
Um Roteiro Inusitado: O Coiote Processa a Acme
A trama é tão absurda quanto genial: após anos sendo vítima de produtos defeituosos da lendária empresa Acme, o eterno azarado Wile E. Coyote decide processar a companhia por danos físicos e emocionais.
Para isso, ele conta com a ajuda de Kevin Avery (Will Forte), um advogado desacreditado e em crise profissional. Juntos, eles enfrentam a poderosa defesa da Acme, representada por Buddy Crane (John Cena), um advogado carismático, sarcástico e implacável.
O roteiro promete equilibrar crítica corporativa, metalinguagem e comédia física, ao estilo dos melhores momentos dos Looney Tunes. É uma verdadeira sátira judicial com elementos de ação e drama absurdo.
Claques de Risos: Cenas Exclusivas Apresentadas na SDCC
Durante o painel da San Diego Comic-Con, foram exibidas quatro cenas inéditas que arrancaram gargalhadas da plateia e demonstraram o tom irreverente da produção.
Cena 1: Comercial e Flashbacks Dolorosos
O filme abre com o Coiote assistindo a um comercial estrelado por Kevin Avery. Nele, o advogado promete representar qualquer vítima da Acme. Enquanto o comercial toca, a tela exibe flashbacks dos desastres sofridos pelo Coiote, ao som dramático de “Hurt”, na versão de Johnny Cash.
O contraste entre a trilha melancólica e os desastres cômicos (quedas, explosões, tombos e falhas absurdas) cria uma sequência cômica e emocionalmente surpreendente.
Cena 2: Tribunal em Caos
Na primeira audiência, somos apresentados ao juiz interpretado por Luis Guzmán, que troca seu martelo tradicional por um martelo de desenho animado gigante, ao perceber que está julgando um personagem de animação.
John Cena, com um colar bolo tie exagerado, entrega um monólogo brilhante em defesa da Acme, alegando que o verdadeiro problema é a “imprudência quase patológica” do Coiote. Durante o discurso, a jurada Miss Prissy tricota calmamente e solta: “acabei de botar um ovo”, provocando gargalhadas no tribunal — e na plateia da Comic-Con.
Cena 3: O Produto que Não Deu Certo
Em uma tentativa de provar que os produtos da Acme são perigosos, Kevin Avery leva ao tribunal um par de patins-foguete. Ao acioná-los, os patins disparam, atingem o Coiote e causam um caos completo na sala de audiência. Papéis voam, móveis quebram, e o juiz corre para se proteger — tudo no melhor estilo Looney Tunes.
Cena 4: Uma Ligação Misteriosa
De volta ao hotel, Kevin Avery recebe uma ligação criptografada. Do outro lado da linha, nada menos que Pernalonga, com sua clássica voz despreocupada, oferece ajuda secreta para desmascarar a Acme. Ele fornece um endereço secreto onde documentos confidenciais estariam escondidos.
A cena mistura mistério com comédia, abrindo caminho para uma investigação “à la desenho animado” no meio de uma narrativa jurídica.
Elenco de Peso e Participações Especiais
Além de Will Forte e John Cena, o elenco conta com Lana Condor, Tone Bell e diversas participações especiais de personagens clássicos dos Looney Tunes, como:
- Pernalonga: em papel de mentor informante;
- Frangolino (Foghorn Leghorn): como CEO da Acme;
- Miss Prissy: como jurada excêntrica;
- Papa-Léguas: aparece em vídeos de arquivo sendo constantemente perseguido (e escapando) do Coiote.
O visual do filme combina cenários realistas com elementos cartunescos — como explosões exageradas, produtos surreais da Acme e expressões físicas impossíveis. Tudo isso mantendo a essência dos desenhos clássicos.
Humor + Crítica: Uma Acusação à Cultura Corporativa?
Apesar do tom cômico, o filme também propõe uma sátira à lógica das grandes corporações, como a Acme, que produzem em massa sem assumir responsabilidade por falhas. A narrativa levanta questionamentos sobre responsabilidade civil, falhas sistêmicas e o eterno embate entre o “pequeno” e o “todo-poderoso”.
O julgamento se torna, portanto, uma metáfora divertida sobre justiça, negligência empresarial e persistência — com direito a foguetes, martelos de borracha, juízes animados e muito caos no caminho.
Trailer Impactante e Reação dos Fãs
O trailer exibido ao final do painel foi recebido com aplausos calorosos. Com a frase “O filme que a Acme não queria que você visse” em letras vermelhas na tela, o vídeo trouxe cortes rápidos de ação, trilha sonora intensa e uma enxurrada de interações entre humanos e personagens animados.
O público riu alto em várias cenas, especialmente nas que mostram o Coiote tentando se manter sério enquanto é atingido por produtos da própria Acme — até mesmo no tribunal.
A repercussão foi tão positiva que fãs nas redes sociais começaram a usar a hashtag #JustiçaParaOCoiote, pedindo o lançamento antecipado do filme.
Do Cancelamento ao Renascimento: Um Caso Raro
Originalmente engavetado pela Warner Bros. Discovery em 2023 por motivos de corte orçamentário, “Coyote vs. Acme” passou a ser considerado um dos maiores “filmes perdidos” da nova era digital. A decisão de cancelamento gerou revolta nas redes e campanhas de fãs.
Com a pressão do público e o apoio interno de produtores e roteiristas, o projeto foi resgatado e reestruturado, ganhando uma nova data de estreia e espaço privilegiado na SDCC 2025.
Esse retorno só reforça o poder do apelo popular e a relevância eterna dos personagens Looney Tunes.
Uma Nova Era para os Looney Tunes no Cinema
“Coyote vs. Acme” não é apenas uma comédia absurda — é uma homenagem inteligente aos personagens que marcaram gerações. A proposta de trazê-los para um ambiente jurídico, com crítica e nonsense, mostra o potencial das animações clássicas em novos formatos.
Com um roteiro afiado, elenco carismático e visual vibrante, o longa promete conquistar tanto fãs nostálgicos quanto novos públicos, provando que o universo Looney Tunes ainda tem muita lenha (ou foguete) para queimar.
Agora, resta esperar até agosto de 2026 para ver o Coiote, enfim, ter sua chance de justiça.
Com informações de Gizmodo.