Geração Z Rejeita o Trabalho 100% Remoto e Valoriza Conexões Presenciais

Trabalho 100% Remoto
Geração Z Rejeita o Trabalho 100% Remoto e Valoriza Conexões Presenciais

O trabalho 100% remoto se consolidou como uma alternativa viável e até preferencial para muitas pessoas após a pandemia. No entanto, um novo relatório da Gallup revela que essa não é a realidade para todos. A geração Z, formada por jovens nascidos a partir de 1997, está indo na contramão dessa tendência. Ao contrário das expectativas, essa geração demonstra uma clara preferência por ambientes híbridos ou presenciais — e busca algo além da praticidade: conexão humana.

Neste artigo, você entenderá por que a geração Z não quer trabalhar exclusivamente de casa, como isso afeta empresas e lideranças, e o que essa mudança de comportamento diz sobre o futuro do trabalho.

O Que Diz o Relatório da Gallup?

Jovens valorizam a experiência no ambiente de trabalho

Segundo o estudo realizado pela Gallup, a maioria da geração Z não quer o trabalho totalmente remoto. Apesar de terem nascido em um mundo altamente digital, os jovens entre 18 e 28 anos demonstram interesse por interações reais e experiências presenciais no ambiente profissional.

Jim Harter, cientista chefe de ambiente de trabalho e bem-estar da Gallup, resume:

“Há um desejo por conexão presencial. A geração Z prefere conversar cara a cara em vez de usar o Zoom.”

Essa afirmação reflete não apenas uma preferência de formato, mas uma necessidade emocional e social que está moldando os novos modelos de trabalho.

Por Que a Geração Z Rejeita o Trabalho 100% Remoto?

1. Necessidade de aprendizado e mentoria

Jovens no início da carreira geralmente buscam experiências que vão além da execução de tarefas. Eles querem aprender com seus líderes, trocar experiências com colegas e construir repertório profissional. Em um modelo remoto, essas trocas tendem a ser menos espontâneas e mais burocráticas.

2. Desejo de pertencimento

Ao trabalhar presencialmente ou em regime híbrido, é mais fácil desenvolver senso de comunidade e engajamento com a cultura da empresa. A geração Z quer fazer parte de algo maior, e isso é mais palpável em ambientes compartilhados.

3. Fadiga digital

Apesar de serem nativos digitais, os jovens também estão sofrendo com o excesso de telas. Reuniões virtuais, interações por chat e longas jornadas em frente ao computador geram cansaço mental — algo que o presencial ajuda a balancear.

4. Construção de rede (networking)

O contato pessoal facilita a criação de conexões profissionais mais fortes e genuínas. Em início de carreira, o networking é crucial — e encontros presenciais abrem mais portas do que interações online frias e formais.

O Que Isso Significa para as Empresas?

Ajuste nas políticas de trabalho

Empresas que acreditavam que o trabalho remoto seria o futuro universal do mercado podem precisar rever suas estratégias. Enquanto muitos profissionais mais experientes optam por permanecer em home office, os mais jovens querem voltar ao escritório — ao menos parte da semana.

As organizações devem considerar:

  • Modelos híbridos flexíveis, permitindo que equipes conciliem autonomia com conexão presencial.
  • Programas de integração e desenvolvimento presencial, especialmente voltados para novos talentos.
  • Espaços de trabalho mais colaborativos, que favoreçam trocas informais e conexões humanas.

Equilíbrio de gerações

Enquanto baby boomers, geração X e parte dos millennials valorizam o home office por questões de praticidade e qualidade de vida, a geração Z mostra que o escritório ainda tem um papel importante. Cabe às lideranças encontrar o ponto de equilíbrio entre as necessidades das diferentes faixas etárias.

Outros Dados Importantes do Estudo

Além da geração Z, a Gallup avaliou o comportamento de outras gerações:

  • Baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964): preferem o trabalho híbrido ou remoto, especialmente por questões de saúde e bem-estar.
  • Geração X (nascidos entre 1965 e 1980): valorizam a flexibilidade, mas também reconhecem os benefícios das interações presenciais.
  • Millennials (nascidos entre 1981 e 1996): ainda divididos, muitos se adaptaram bem ao home office, mas enfrentam desafios com filhos pequenos e produtividade.

A Nova Visão do Escritório

O escritório não morreu — está sendo reinventado

Para a geração Z, o local de trabalho não é apenas um ambiente para cumprir tarefas, mas também um espaço de socialização, aprendizado e desenvolvimento pessoal. As empresas devem, portanto, pensar no escritório como um centro de convivência e inovação, e não apenas um local para bater ponto.

Apostar em espaços colaborativos, salas de criatividade, eventos internos, mentorias presenciais e cultura organizacional vibrante pode ser o diferencial para atrair e reter jovens talentos.

Flexibilidade Continua Sendo a Palavra de Ordem

Apesar de rejeitarem o modelo 100% remoto, os jovens não querem abrir mão da flexibilidade. Ter autonomia para escolher os dias de trabalho presencial, horários mais flexíveis e respeito ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional ainda é essencial.

Modelos autoritários, rígidos e engessados não têm mais espaço — independentemente da geração.

Como As Empresas Podem Se Adaptar?

1. Ouvir as novas gerações

Realize pesquisas internas e grupos de escuta para entender o que os jovens funcionários realmente esperam do ambiente de trabalho.

2. Oferecer ambientes inspiradores

Ambientes físicos modernos, abertos, acolhedores e que incentivem a colaboração são muito mais atraentes do que escritórios tradicionais.

3. Investir em cultura organizacional

Promova ações de engajamento, rituais de equipe, eventos internos e momentos de convivência que fortaleçam o senso de pertencimento.

4. Apostar na liderança humanizada

Líderes próximos, empáticos e acessíveis são essenciais para que jovens se sintam valorizados e ouvidos.

Conclusão

O relatório da Gallup deixa claro: a geração Z não quer o trabalho 100% remoto. Apesar de serem nativos digitais, esses jovens desejam experiências mais humanas, aprendizado constante, conexão real e oportunidades de desenvolvimento profissional que o modelo totalmente remoto ainda não consegue oferecer plenamente.

Cabe às empresas entender esse novo comportamento e construir ambientes que equilibrem flexibilidade, colaboração e pertencimento. Afinal, o futuro do trabalho não será nem totalmente remoto, nem totalmente presencial — será híbrido, adaptável e centrado nas pessoas.

Com informações de UOL.

Veja Também