O marketing de influência em 2025 já não é mais uma tendência isolada — é parte central das estratégias de comunicação de muitas marcas. O que antes era apenas uma forma alternativa de divulgação hoje se tornou um dos canais mais poderosos para gerar alcance, engajamento e retorno sobre investimento (ROI).
Com orçamentos de marketing mais enxutos e a busca por conexões autênticas, empresas de diferentes setores estão investindo cada vez mais em influenciadores. E não apenas para criar posts em redes sociais, mas para participar de eventos, fortalecer vínculos com comunidades e até atuar como parceiros estratégicos na criação de produtos e campanhas.
De acordo com a Federação Mundial de Anunciantes, mais da metade dos profissionais de marketing pretende aumentar os investimentos nessa área ainda este ano. A seguir, reunimos cinco previsões de especialistas para entender como o mercado vai evoluir na segunda metade de 2025.
1. Influenciadores mais locais, autênticos e conectados à comunidade
O “novo manual” dos criadores de conteúdo prioriza a proximidade e o relacionamento genuíno com seu público. Gerações como a Z e os Millennials têm buscado experiências offline para combater o isolamento — e eventos comunitários estão ganhando destaque.
Pesquisas indicam que 95% das pessoas entre 18 e 35 anos têm interesse em participar de encontros presenciais, como clubes do livro, trilhas, jantares temáticos ou workshops, organizados por grupos com interesses em comum.
Exemplos dessa tendência já estão acontecendo: a Mattel lançou o Uno Social Club, um circuito de eventos em cidades como Los Angeles, Nova York e Chicago, com participação de influenciadores para atrair mais público e engajamento.
Oportunidade para marcas: apoiar e patrocinar eventos locais, fortalecendo laços com a comunidade e criando experiências memoráveis que vão além da tela.
2. Experiências e eventos como parte central das campanhas
Mais do que promover produtos, marcas estão criando experiências para os consumidores, muitas vezes em parceria com influenciadores. Isso inclui desde ativações em festivais e feiras culturais até eventos esportivos de grande porte, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Agências como a United Talent Agency (UTA) notam um crescimento expressivo no número de contratos que envolvem a participação de criadores em eventos de relevância cultural. Para as marcas, essa presença gera conteúdo orgânico extra, muitas vezes não previsto em contrato, e amplia o impacto das ações.
Exemplos recentes:
- Magnum levou 12 influenciadores ao Festival de Cannes, conectando a marca a um evento de alto prestígio.
- Aerie aposta em “momentos de engajamento real”, combinando presença física com conteúdos digitais para criar experiências 360º.
- Jellycat, marca de brinquedos, lotou ativações temáticas em lojas icônicas como a FAO Schwarz, com reservas esgotadas após divulgação no TikTok.
Tendência: criar experiências híbridas — presenciais e digitais — que mantenham a marca no radar do público por meses.
3. Convergência entre conteúdo de influenciadores e TV
O conteúdo dos criadores está ficando mais longo e com qualidade de produção próxima à da televisão. Plataformas como YouTube já registram mais visualizações em TVs do que em smartphones, e serviços de streaming estão firmando parcerias com criadores para produzir séries e programas exclusivos.
Casos emblemáticos:
- Samsung TV Plus firmou parceria com o youtuber Dhar Mann para produzir 13 conteúdos originais.
- Criadores estão apresentando propostas de patrocínio em formatos semelhantes aos “upfronts” da TV, reforçando o caráter profissional e comercial do trabalho.
O que muda para as marcas: o investimento em influenciadores passa a ser pensado como compra de mídia contínua, não apenas ações pontuais. Isso amplia o potencial de campanhas de longo prazo e com mais profundidade narrativa.
4. Parcerias mais duradouras e estratégicas
O modelo tradicional de contratação por campanha está dando lugar a colaborações de longo prazo, nas quais influenciadores atuam como verdadeiros embaixadores e consultores criativos das marcas.
Esse formato permite:
- Co-criação de produtos e serviços.
- Participação ativa na estratégia de marketing.
- Envolvimento do influenciador no planejamento e execução de eventos.
Exemplo inspirador: a parceria entre a marca SipMarg e a criadora Alix Earle, que não apenas promoveu produtos, mas ajudou a reformular a presença da marca nas redes sociais e organizou eventos exclusivos.
Tendência: acordos mais justos e colaborativos, nos quais os criadores compartilham o sucesso do produto e reforçam sua conexão genuína com a marca.
5. Expansão dos programas de afiliação
O marketing de afiliação está ganhando força como estratégia de influência, especialmente em tempos de incerteza econômica. Nesse modelo, os influenciadores recebem comissões por vendas geradas, o que reduz riscos para as marcas e aumenta o foco em performance.
Casos de destaque:
- A Loew criou uma rede de mais de 17 mil criadores afiliados, incluindo grandes nomes como MrBeast.
- O TikTok Shop e o TikTok Live Shopping vêm transformando a experiência de compra ao vivo, com dados mostrando que 76% dos usuários que participaram de lives na plataforma compraram algum produto.
- Plataformas como Whatnot também registram crescimento acelerado, com aumento de 400% nas assinaturas em um ano.
Próximo passo: modelos híbridos que recompensam influenciadores não apenas por vendas, mas também por engajamento, volume de conteúdo produzido e presença em eventos.
O que essas previsões significam para marcas e criadores
O segundo semestre de 2025 promete consolidar o marketing de influência como uma ferramenta estratégica e multifacetada. As principais mudanças incluem:
- Integração total entre ações online e offline.
- Valorização do relacionamento local e comunitário.
- Profissionalização dos formatos, com conteúdos longos e negociações estruturadas.
- Adoção de modelos de parceria mais justos e sustentáveis.
- Expansão do marketing de afiliação como alternativa de baixo custo e alta performance.
Para marcas, o desafio será equilibrar inovação e autenticidade, mantendo a essência da conexão humana que torna o marketing de influência tão eficaz. Para criadores, a oportunidade está em construir relações sólidas, diversificar formatos e investir na qualidade da produção.
Com informações de Meio e Mensagem.